segunda-feira, 20 de julho de 2009

A segunda marca no espaço, há 12 anos atrás

20 de Julho de 1969, Neil Armstrong dá o primeiro passo na Lua. Irônico usar os pés quando o sobrenome é "Braço Forte". Não menos úteis, esses braços hastearam a bandeira dos EUA, suspensa por um arame pra ficar a mostra. Tudo bem que os EUA estavam no direito de colocar sua bandeira, já que o mérito de pesquisas e esforços (idôneos ou não) foram deles. Mas poderiam ter sido mais democráticos, ido além da frase representativa "Um pequeno passo para o homem, mas um grande para a Humanidade", e levado, além da americana, uma bandeira mundial. Aliás, seria uma boa idéia pra nos tornarmos uma Nação Terra, e realizar as tarefas Humanitárias que são levadas com a barriga. Tomara que aquele pedaço de pano azul, branco e vermelho tenha desbotado, alvejado pelos mesmos raios que nos dão o dia em nosso Planetinha. Aliás, seria essa a cor da verdadeira bandeira da Humanidade pra, respeitosamente, pisar em qualquer lugar do infinito: BRANCO. E dane-se a semimorta Gerra Fria.

Com a moda de só falar no passo do Arsmstrong e o frisson do "homem" voltar na Lua daqui 11 anos (pra certamente trocar a velha e desbotada bandeira), lembrei-me da descoberta do solo marciano. O nosso satelitezinho romântico, 4 cm mais distantes de nós a cada ano que passa, hipnotiza os humanos de tal forma que faz concorrência ferrenha com o nosso vizinho dos habitantes verdes, e os deixa comendo poeira cósmica. Vez ou outra, ainda chamam a atenção. Há 12 anos, em julho de 1997, a NASA mandou um pequeno robô controlado por ondas de rádio pra bisbilhotar nosso vizinho - supostamente desabitado. Coisa de vouyer (risos)...

Eu cursava o Ensino Médio, chamado na minha época de Segundo Grau (e não acredito que usei a expressão jurássica a-lá pais e avós "na minha época"). A TV ainda era tudo! Nem sonhávamos com banda larga pra transmitir o Fantástico ao vivo com tanta facilidade. E como num flashback de meus pais, era eu quem via pela telinha (na Rede Globo - Plim Plim!), a sonda americana explorar o solo avermelhado de Marte com uma camereta de imagens preto e branco, acomplada no robozinho.


Julho, tempo de fazer nada... Todo mundo nem aí pras notícias! Em agosto, em procedimento padrão, a Professora de Redação pediu uma crônica dos acontecimentos mundiais nas últimas férias mais felizes de nossas vidas - precedentes a vestibulares, faculdade, mercado de trabalho e contas, contas, contas...

Sempre gostei de crônicas. São versáteis, não é preciso prender-se à ordem quadrada das palavras. Pra mim, a crônica é a crítica bacana. Cai como luva pro meu humor agridoce. Descobri a crônica em 97...


Goiânia, 07/08/97
Colégio Pré-Médico
Aluna: Aline Nóbrega Costa - 3ºB - nº 03

Redação

Redija uma crônica com o seguinte tema: "Coisas de Julho".

"Coisas de Julho"

Julho passou tão rápido quanto a explosão no avião da TAM e mais agitado que a greve dos PMs.

Um meio de ano de fim de século pra lá de avançado: útero artificial que deu a vida a um cabritinho, robô que parece gente - empurra carrinho e anda sozinho; sonda que chega quicando em Marte, empaca na "Zé Colméia" e dança ao som de um samba de Beth Carvalho. Julho que andava em crateras - não as da Lua, e muito menos de Marte, mas as da BR-153, que será finalmente duplicada.

Julho caribenho quente com direito a muita lava e nuvens de fumaça pra estragar a festa dos turistas.

A Dna. Morte veio nos "presentear" com um mercado em Jerusalém salpicado de pedaços humanos e um estilista que lavou as escadas de sua casa com sangue de sua cabeça cheia de idéias para vestir mulheres que, não menos inteligentes, têm 4 bilhões de neurônios a menos que os homens.

Chê-Guevara finalmente foi encontrado, ou pelo menos o que restou dele - arcada dentária perfeita, mas sem as mãos que revolucionaram Cuba.

Na política, muito bafafá: BC muda de chefão e Íris Rezende é proclamado, ou melhor - jogado no Ministério da Justiça, e depois de uma frase memorável é recebido com toda atenção por FHC. O nosso Presidente também foi lembrado nas férias, e recebeu um belo protesto em Brasília: MST, PT e Metalúrgicos em Geral, além de outras classes "prejudicadas" tentaram por abaixo o nosso diplomata neoliberal.

É, julho passou, mas as consequências destes acontecimentos ficaram e marcaram o Julho de 97. Que venha o de 98!!!

A redação foi lida na sala de aula, recebeu elogios da bendita professora que eu esperava lembrar de seu nome até o final desse post - mas acabei não lembrando (algo como Nilza, Nilda...). Eu, roxa de vergonha, peguei a redação, guardei no caderno. Quando cheguei em casa, coloquei-a num envelope. É um dos objetos de apego em meio a papéis de bombons e bilhetinhos juvenis. Levarei-o pela vida. Também pelos elogios da professora, mas principalmente por ter sido a primeira crônica desde que me entendo por digitadora com desfunção tecladiana (apelido carinhoso que ganhei de um conhecido...).


Não sou muito adepta a homenagens àqueles que não conheço. A humildade coloca-me no meu devido lugar. Quem sou eu pra fazer uma honraria a uma grandiosidade dessas? Penso que homenagem é algo um tanto pessoal pra fazer a pessoas ou fatos distantes do meu alcance de ação. Mas desta vez, senti-me na liberdade de colocar aqui a minha primeira crônica como mais uma lembrança aos 40 anos do Homem na Lua, apenas pelo fato de há 12 anos atrás, na mesma época, os americanos terem rompido maiores distâncias espaciais, e ninguém se lembrou... Apenas isso...

Bjos temperados,
Lika

PS.(que parece ter virado tradição deste blog...): Em Julho de 98, o Brasil Perdeu a Copa da França para por 3X0 para os donos da casa. Feliz julho para a França, triste julho para nós. Enfim...

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